Por que o Engeo Pleno foi proibido?
O Engeo Pleno é um inseticida amplamente utilizado na agricultura brasileira, especialmente em plantações de soja, milho e algodão. Sua fórmula combina dois ingredientes ativos potentes — lambdacialotrina e tiametoxam, substâncias com ação sistêmica e de contato, eficazes no combate a pragas como percevejos, moscas-brancas e lagartas. No entanto, mesmo com seu alto desempenho agronômico, o Engeo Pleno foi proibido no Brasil devido a preocupações relacionadas à toxicidade ambiental, riscos à saúde humana e impactos sobre polinizadores, como as abelhas.
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O Engeo Pleno foi proibido pela Anvisa e outros órgãos reguladores devido aos riscos ambientais e à saúde humana causados por seus ingredientes ativos, especialmente o tiametoxam, que afeta abelhas, insetos benéficos e pode causar efeitos tóxicos em humanos. A decisão segue tendências internacionais de banimento de neonicotinóides.
Introdução ao problema
Nos últimos anos, a discussão sobre o uso de pesticidas e inseticidas tem ganhado força no Brasil e no mundo. O Engeo Pleno, fabricado pela Syngenta, era amplamente conhecido entre os produtores rurais por sua ação eficaz e prolongada. Contudo, a sua proibição acendeu o alerta sobre os limites do uso de defensivos agrícolas e os impactos que causam além da lavoura. A decisão não se deu por acaso — ela está ancorada em uma série de estudos científicos, avaliações de risco e pressões sociais que exigem um modelo agrícola mais sustentável.
O que é o Engeo Pleno e como ele funciona?
O Engeo Pleno é um inseticida sistêmico que atua tanto por ingestão quanto por contato. Ele age diretamente no sistema nervoso das pragas, provocando a paralisia e a morte dos insetos. Sua composição, com lambdacialotrina (piretroide) e tiametoxam (neonicotinóide), permite um amplo espectro de ação e prolongada proteção das culturas.
Era amplamente utilizado na soja, milho, algodão e outras lavouras, sendo reconhecido por sua eficácia na fase vegetativa e reprodutiva das plantas.
Por que o Engeo Pleno foi proibido?
A proibição do Engeo Pleno no Brasil está diretamente relacionada aos riscos à saúde humana, à fauna polinizadora (em especial as abelhas) e ao meio ambiente em geral. As decisões regulatórias foram tomadas por órgãos como:
- Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)
- Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis)
- MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento)
As análises apontaram que o tiametoxam, um dos componentes do produto, representa alto risco ambiental devido à sua persistência no solo e água, além de afetarem diretamente as populações de abelhas, essenciais para a polinização e o equilíbrio do ecossistema.
Além disso, o ingrediente pode ser absorvido pelas plantas e transferido ao pólen e néctar, o que expõe os polinizadores mesmo após a aplicação direta do produto ter cessado.
Impactos ambientais: abelhas em risco
Os neonicotinóides — categoria à qual o tiametoxam pertence — são apontados por cientistas como um dos principais responsáveis pela redução de colônias de abelhas no mundo. Esses inseticidas têm ação neurotóxica, que interfere no comportamento, orientação e capacidade de coleta das abelhas. O resultado? Colônias inteiras desaparecem, o que compromete:
- A polinização natural das culturas;
- A produção de frutas, legumes e vegetais;
- O equilíbrio ecológico dos sistemas agrícolas e naturais.
Essa evidência foi determinante para que a União Europeia, em 2018, proibisse o uso de três neonicotinóides, incluindo o tiametoxam. O Brasil seguiu essa tendência com base em análises semelhantes.
Riscos à saúde humana
Estudos toxicológicos também indicaram que o Engeo Pleno pode oferecer riscos à saúde dos trabalhadores rurais, mesmo com o uso de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual). Os principais problemas incluem:
- Irritação da pele e mucosas;
- Problemas respiratórios;
- Efeitos neurotóxicos em exposições repetidas;
- Possível disruptor endócrino em longo prazo.
A Anvisa classificou o tiametoxam como um ingrediente que poderia causar efeitos adversos ao desenvolvimento humano. Isso foi decisivo para a reavaliação toxicológica do produto.
Pressão pública e influência de pesquisas internacionais
Além das análises técnicas, a pressão de grupos ambientalistas, cientistas e movimentos da sociedade civil também teve papel relevante. A percepção pública sobre os perigos dos agrotóxicos levou a uma maior exigência por transparência, segurança e sustentabilidade na cadeia produtiva agrícola.
Com isso, mesmo produtos que cumpriam requisitos agronômicos passaram a ser questionados em sua viabilidade ecológica e ética.
Alternativas ao Engeo Pleno
Após a retirada do Engeo Pleno do mercado, agricultores precisaram buscar alternativas menos tóxicas, entre elas:
- Controle biológico de pragas;
- Inseticidas à base de extratos naturais;
- Outros defensivos com menor impacto ambiental;
- Rotação de culturas e manejo integrado de pragas (MIP).
Embora essas opções possam ter custo inicial mais elevado ou exigir mudanças na rotina agrícola, oferecem uma alternativa sustentável e eficaz em médio e longo prazo.
Reações do setor agrícola
A proibição do Engeo Pleno gerou divergências dentro do setor rural. Enquanto entidades ambientais comemoraram a decisão, produtores e sindicatos agrícolas manifestaram preocupação quanto à eficácia de alternativas e aumento de custos.
Por outro lado, muitos especialistas defendem que a modernização da agricultura exige a substituição de produtos tóxicos por práticas sustentáveis, mesmo que isso envolva adaptações e investimentos.
Tendência global de banimento de neonicotinóides
O Engeo Pleno não é um caso isolado. Em diversos países, ingredientes ativos como tiametoxam, imidacloprido e clotianidina estão sendo progressivamente proibidos. A razão? Um crescente número de estudos revela os impactos cumulativos e irreversíveis desses compostos nos ecossistemas.
O Brasil, ao seguir esse caminho, demonstra alinhamento com as melhores práticas internacionais de regulação sanitária e ambiental, contribuindo para a preservação da biodiversidade e da saúde pública.
Conclusão: proibição necessária ou exagero?
A retirada do Engeo Pleno do mercado é um marco na transição para uma agricultura mais consciente e sustentável. Embora tenha sido eficaz no controle de pragas, os danos potenciais ao meio ambiente e à saúde humana justificaram sua proibição.
Essa medida não significa o fim da produtividade, mas sim um convite à inovação agrícola baseada em ciência, respeito à natureza e responsabilidade social. O futuro da produção de alimentos passa, inevitavelmente, por soluções que alimentem o mundo sem comprometer a vida.
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